HOMENAGEM AOS ADVOGADOS E AOS FORMANDOS DO CURSO DE DIREITO DO UNILAVRAS - TURMA 2013/1
Amanhã comemoraremos mais um dia do advogado, aquele chamado a defender; aquele que, no ato de colação de grau jura fazer da justiça uma consequência normal e lógica do direito; que jura confiar na paz como resultado final da justiça; que promete defender a liberdade, pois sem ela não há direito que sobreviva, muito menos justiça, e nunca haverá paz; aquele que promete utilizar-se, no exercício da profissão de advogado, dos princípios éticos e morais sobre os quais se fundamentam as leis e justiça, valendo-se para assegurar aos Homens os seus direitos fundamentais e inatacáveis. Esse é o advogado!
Hoje, igualmente, é um dia muito especial para os alunos do 10º período de Direito do Unilavras - 2013/1, pois comemoram a vitória, a conclusão de um curso, talvez um dos momentos mais marcantes da vida de cada um. Parabéns a todos, desejo-lhes todo sucesso!!!
Deixo-lhes como mensagem o “decálogo do advogado” escrito pelo professor e jurista Ives Gandra Silva Martins:
“DECÁLOGO DO ADVOGADO”
(Professor Ives Gandra da Silva Martins)
1. O Direito é a mais universal das aspirações humanas, pois, sem ele não há organização social. O advogado é seu primeiro intérprete. Se não considerares a tua como a mais nobre profissão sobre a terra, abandona-a porque não és advogado.
2. O direito abstrato apenas gana vida quando praticado. E os momentos mais dramáticos de sua realização ocorrem no aconselhamento às dúvidas, que suscita, ou no litígio dos problemas, que provoca. O advogado é o deflagrador das soluções. Sê conciliador, sem transigência de princípios, e batalhador, sem tréguas, nem leviandade. Qualquer questão encerra-se apenas quando transitada em julgado, e até que isto ocorra, o constituinte espera de seu procurador dedicação sem limites e fronteiras.
3. Nenhum país é livre sem advogados livres. Considera tua liberdade de opinião e a independência de julgamento os maiores valores do exercício profissional, para que não te submetas à força dos poderosos e do poder ou desprezes os fracos e insuficientes. O advogado deve ter o espírito do legendário El Cid, capaz de humilhar reis e dar de beber a leprosos.
4. Sem o Poder Judiciário não há Justiça. Respeita teus Julgadores como desejas que teus julgadores te respeitem. Só assim, em ambiente nobre e altaneiro, as disputas judiciais revelam, em seu instante conflitual a grandeza do Direito.
5. Considera sempre teu colega adversário imbuído dos mesmos ideais de que te revestes. E trata-o com a dignidade que a profissão que exerces merece ser tratada.
6. O advogado não recebe salários, mas honorários, pois que os primeiros causídicos, que viveram exclusivamente da profissão, eram de tal forma considerados, que o pagamento de seus serviços representava honra admirável. Sê justo na determinação do valor de teus serviços, justiça que poderá levar-te a nada pedires, se legítima a causa e sem recursos o lesado. É, todavia, teu direito receberes a justa paga por teu trabalho.
7. Quando os governos violentam o Direito, não tenha receio de denunciá-los, mesmo que perseguições decorram de tua postura e os pusilânimes te critiquem pela acusação. A história da humanidade lembra-se apenas dos corajosos que não tiveram medo de enfrentar os mais fortes, se justa a causa, esquecendo ou estigmatizando os covardes e os carreiristas.
8. Não percas a esperança quando o arbítrio prevalece. Sua vitória é temporária. Enquanto, fores advogado e lutares para recompor o Direito e a Justiça, cumprirás teu papel e a posteridade será grata à legião de pequenos e grandes heróis, que não cederam às tentações do desânimo.
9. O ideal da Justiça é a própria razão de ser do Direito. Não há direito formal sem Justiça, mas apenas corrupção do Direito. Há direitos fundamentais inatos ao ser humano que não podem ser desrespeitados sem que sofra toda a sociedade. Que o ideal de Justiça seja a bússola permanente de tua ação, advogado. Por isto estuda sempre, todos os dias, a fim de que possas distinguir o que é justo do que apenas aparenta ser justo.
10. Tua paixão pela advocacia deve ser tanta que nunca admitas deixar de advogar. E se o fizeres, temporariamente, continua a aspirar o retorno à profissão. Só assim poderás, dizer, à hora da morte: “Cumpri minha tarefa na vida. Restei fiel à minha vocação. Fui advogado.”
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