Hoje se comemora o dia do advogado, aquele chamado a defender; aquele
que, no ato de colação de grau jura fazer da justiça uma consequência normal e
lógica do direito; que jura confiar na paz como resultado final da justiça; que
promete defender a liberdade, pois sem ela não há direito que sobreviva, muito
menos justiça, e nunca haverá paz; aquele que promete utilizar-se, no exercício
da profissão de advogado, dos princípios éticos e morais sobre os quais se
fundamentam as leis e justiça, valendo-se para assegurar aos Homens os seus
direitos fundamentais e inatacáveis. Esse
é o advogado!
Hoje, igualmente, é um dia muito especial para os alunos do 10º período
de Direito do Unilavras, pois comemoram a vitória, a conclusão de um curso,
talvez um dos momentos mais marcantes da vida de cada um. Parabéns a todos, desejo-lhes
todo sucesso!!!
Deixo-lhes como mensagem o “decálogo
do advogado” escrito pelo professor e jurista Ives Gandra Silva Martins:
“DECÁLOGO DO ADVOGADO”
(Professor Ives Gandra da Silva Martins)
1.
O Direito é a mais universal das
aspirações humanas, pois, sem ele não há organização social. O advogado é seu
primeiro intérprete. Se não considerares a tua como a mais nobre profissão sobre
a terra, abandona-a porque não és advogado.
2.
O direito abstrato apenas gana vida
quando praticado. E os momentos mais dramáticos de sua realização ocorrem no
aconselhamento às dúvidas, que suscita, ou no litígio dos problemas, que
provoca. O advogado é o deflagrador das soluções. Sê conciliador, sem
transigência de princípios, e batalhador, sem tréguas, nem leviandade. Qualquer
questão encerra-se apenas quando transitada em julgado, e até que isto ocorra,
o constituinte espera de seu procurador dedicação sem limites e fronteiras.
3.
Nenhum país é livre sem advogados
livres. Considera tua liberdade de opinião e a independência de julgamento os
maiores valores do exercício profissional, para que não te submetas à força dos
poderosos e do poder ou desprezes os fracos e insuficientes. O advogado deve
ter o espírito do legendário El Cid, capaz de humilhar reis e dar de beber a
leprosos.
4.
Sem o Poder Judiciário não há
Justiça. Respeita teus Julgadores como desejas que teus julgadores te
respeitem. Só assim, em ambiente nobre e altaneiro, as disputas judiciais
revelam, em seu instante conflitual a grandeza do Direito.
5.
Considera sempre teu colega
adversário imbuído dos mesmos ideais de que te revestes. E trata-o com a
dignidade que a profissão que exerces merece ser tratada.
6.
O advogado não recebe salários, mas
honorários, pois que os primeiros causídicos, que viveram exclusivamente da
profissão, eram de tal forma considerados, que o pagamento de seus serviços
representava honra admirável. Sê justo na determinação do valor de teus
serviços, justiça que poderá levar-te a nada pedires, se legítima a causa e sem
recursos o lesado. É, todavia, teu direito receberes a justa paga por teu
trabalho.
7.
Quando os governos violentam o
Direito, não tenha receio de denunciá-los, mesmo que perseguições decorram de
tua postura e os pusilânimes te critiquem pela acusação. A história da
humanidade lembra-se apenas dos corajosos que não tiveram medo de enfrentar os
mais fortes, se justa a causa, esquecendo ou estigmatizando os covardes e os
carreiristas.
8.
Não percas a esperança quando o
arbítrio prevalece. Sua vitória é temporária. Enquanto, fores advogado e
lutares para recompor o Direito e a Justiça, cumprirás teu papel e a
posteridade será grata à legião de pequenos e grandes heróis, que não cederam
às tentações do desânimo.
9.
O ideal da Justiça é a própria razão
de ser do Direito. Não há direito formal sem Justiça, mas apenas corrupção do
Direito. Há direitos fundamentais inatos ao ser humano que não podem ser
desrespeitados sem que sofra toda a sociedade. Que o ideal de Justiça seja a
bússola permanente de tua ação, advogado. Por isto estuda sempre, todos os
dias, a fim de que possas distinguir o que é justo do que apenas aparenta ser
justo.
10.
Tua paixão pela advocacia deve ser
tanta que nunca admitas deixar de advogar. E se o fizeres, temporariamente,
continua a aspirar o retorno à profissão. Só assim poderás, dizer, à hora da
morte: “Cumpri minha tarefa na vida.
Restei fiel à minha vocação. Fui advogado.”
Eu não conhecia e texto e fiquei emocionado. Forte abraço Mestre e amigo Luiz Cláudio. Giovanni Francisco Rabelo
ResponderExcluirOlá Giovanni!
ExcluirSaudades da Turma!
Forte abraço.