Informativo n. 0503
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Primeira Turma |
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. INDISPONIBILIDADE DE BENS. PERICULUM IN MORA.
O periculum in mora para decretar a indisponibilidade
de bens decorrente do ato de improbidade administrativa (art. 37, § 4º, da CF) é
presumido, nos termos do art. 7º da Lei n. 8.429/1992. Precedentes citados: REsp
1.315.092-RJ, DJe 14/6/2012; REsp 1.203.133-MT, DJe 28/10/2010; REsp
1.135.548-PR, DJe 22/6/2010; REsp 1.115.452-MA, DJe 20/4/2010, e REsp
1.319.515-ES. AgRg no AREsp 188.986-MG, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em
28/8/2012.
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Segunda Turma |
PAD. COMISSÃO. ESTABILIDADE DOS MEMBROS.
Os membros da comissão que conduzem o processo administrativo
disciplinar devem ser estáveis no atual cargo que ocupam. In casu,
havia dois membros na comissão processante que eram servidores da Receita
Federal e técnicos do Tesouro/técnicos da Receita Federal, mas, no cargo
específico de auditor fiscal não haviam ainda completado três anos para adquirir
estabilidade. Sabe-se que, conforme o art. 149 da Lei n. 8.112/1990, o processo
disciplinar deve ser conduzido por comissão composta de três servidores
estáveis. A Turma, por maioria, entendeu que essa exigência é uma garantia ao
investigado, pois tem por escopo assegurar a independência total desses
servidores, sem ingerência da chefia. Dessa forma, a estabilidade deve ser no
cargo, e não apenas no serviço público, pois este não oferece ao servidor essa
independência. AgRg no REsp 1.317.278-PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
28/8/2012.
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ICMS. ENERGIA FURTADA ANTES DA ENTREGA AO CONSUMIDOR.
A energia furtada antes da entrega ao consumidor final não pode
ser objeto de incidência do ICMS, tomando por base de cálculo o valor da última
operação realizada entre a empresa produtora e a que distribui e comercializa a
eletricidade. O fato gerador do ICMS é o consumo de energia elétrica, portanto o
momento do consumo é o elemento temporal da obrigação tributária, sendo o
aspecto espacial o local onde ela é consumida, logo o estado de destino é que
recolhe o imposto. Dessa forma, o ICMS deve incidir sobre o valor da energia
efetivamente consumida. Portanto, embora a base de cálculo do ICMS inclua as
operações de produção e distribuição, conforme determinam os arts. 34, § 9º, do
ADCT e 9º da LC n. 87/1996, essas fases não configuram isoladamente hipótese de
incidência do mencionado imposto. Assim, a energia elétrica furtada nas
operações de transmissão e distribuição não sofre incidência de ICMS por
absoluta “intributabilidade” em face da não ocorrência do fato gerador.
Precedente citado: REsp 960.476-SC, DJe 13/5/2009. REsp 1.306.356-PA, Rel. Min. Castro Meira, julgado em
28/8/2012.
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SUSPENSÃO DO PROCESSO. PRÁTICA DE ATO PROCESSUAL. PRAZO PEREMPTÓRIO.
Como consabido, durante a suspensão do processo (art. 266 do
CPC), é vedada a prática de qualquer ato processual, com a ressalva dos urgentes
a fim de evitar dano irreparável. Dessa forma, a lei processual não permite que
seja publicada decisão durante a suspensão do feito, não se podendo cogitar, por
conseguinte, do início da contagem do prazo recursal enquanto paralisada a
marcha do processo. In casu, o tribunal a quo não conheceu da
apelação da recorrente por concluir que se tratava de recurso intempestivo, sob
o fundamento de que a suspensão do processo teria provocado indevida modificação
de prazo recursal peremptório. Ocorre que, antes mesmo de publicada a sentença
contra a qual foi interposta a apelação, o juízo singular já havia homologado
requerimento de suspensão do processo pelo prazo de 90 dias, situação em que se
encontrava o feito naquele momento (art. 265, II, § 3°, do CPC). Nesse contexto,
entendeu-se não se tratar de indevida alteração de prazo peremptório (art. 182
do CPC). Isso porque a convenção não teve como objeto o prazo para a
interposição da apelação, tampouco este já se encontrava em curso quando
requerida e homologada a suspensão do processo. Ademais, ressaltou-se que, ao
homologar a convenção pela suspensão do processo, o Poder Judiciário criou nos
jurisdicionados a legítima expectativa de que o processo só voltaria a tramitar
após o termo final do prazo convencionado. Portanto, não se mostraria razoável
que, logo em seguida, fosse praticado ato processual de ofício – publicação de
decisão – e ele fosse considerado termo inicial do prazo recursal, pois
caracterizar-se-ia a prática de atos contraditórios, havendo violação da máxima
nemo potest venire contra factum proprium, reconhecidamente aplicável
no âmbito processual. Precedentes citados: REsp 1.116.574-ES, DJe 27/4/2011, e
RMS 29.356-RJ, DJe 13/10/2009. REsp 1.306.463-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
4/9/2012.
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NOMEAÇÃO DE BENS À PENHORA. CITAÇÃO. ORDEM LEGAL DOS BENS PENHORÁVEIS.
Nos termos do art. 53 da Lei n. 8.212/1991, a penhora deve ser
realizada concomitantemente à citação. Portanto, contrariamente ao que entendeu
o tribunal de origem, a norma não autoriza a efetivação da penhora antes da
citação. Além disso, o mencionado dispositivo legal faculta ao exequente nomear
bens à penhora, não havendo distinções quanto àqueles passíveis de constrição.
Na hipótese, a nomeação de bens feita na petição inicial da execução fiscal foi
indeferida sob o fundamento de que a penhora de dinheiro não se coaduna com a
faculdade conferida pelo dispositivo supradito. No entanto, não cabe ao
julgador, sem respaldo em elementos do caso concreto, criar exceções que a lei
não previu. Ainda mais que, no ordenamento jurídico, a prioridade é a constrição
recair sobre o dinheiro (arts. 11 da Lei n. 6.830/1980 e 655 do CPC), não se
mostrando razoável afastar aquela faculdade concedida ao exequente usando como
fundamento a natureza desse bem. Precedentes citados: REsp 1.090.898-SP, DJe
31/8/2009, e REsp 1.166.842-BA, DJe 8/4/2010. REsp 1.287.915-BA, Rel. Min. Herman Benjamin,
julgado em 4/9/2012.
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LIBERAÇÃO DE PENHORA. PRINCÍPIO DA UNIDADE DA GARANTIA DA EXECUÇÃO.
O § 2º do art. 53 da Lei n. 8.212/1991 determina que, efetuado
o pagamento integral da dívida executada, a penhora poderá ser liberada, desde
que não haja outra execução pendente. A Turma manteve a decisão do tribunal
a quo que, com base no princípio da unidade da garantia da execução,
considerou legítima a atuação do juízo da execução fiscal que não autorizou a
liberação de parte do valor penhorado por haver outros executivos fiscais contra
a recorrente. É que, diante da norma mencionada, não houve violação do princípio
da inércia, uma vez que a própria lei confere ao magistrado o controle
jurisdicional sobre a penhora e o poder de não liberá-la, se houver outra
execução pendente. Diante disso, concluiu-se ainda ser razoável admitir que o
excesso de penhora verificado num determinado processo também não seja liberado
quando o devedor tiver contra si outras execuções fiscais não garantidas.
Salientou-se que o dispositivo mencionado reforça o princípio da unidade da
garantia da execução, positivado no art. 28 da Lei n. 6.830/1980. REsp 1.319.171-SC, Rel. Min. Herman Benjamin,
julgado em 4/9/2012.
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Terceira Turma |
PRINCÍPIO DA SINGULARIDADE. INTERPOSIÇÃO DE UM ÚNICO RECURSO PARA ATACAR DUAS DECISÕES DISTINTAS.
A Turma, considerando as especificidades do caso, entendeu ser
possível a interposição de um único recurso de agravo de instrumento para
impugnar duas decisões interlocutórias distintas proferidas no mesmo processo.
In casu, cuidou-se, na origem, de ação de execução de título
extrajudicial, sendo que, após iniciado o cumprimento provisório da sentença, o
recorrente opôs exceção de pré-executividade. O juiz singular proferiu duas
decisões interlocutórias: a primeira (em 30/7/2007) extinguiu a exceção de
pré-executividade por irregularidade da representação processual e autorizou a
penhora online de ativos financeiros em nome do executado; já a segunda
(em 29/10/2007) autorizou o levantamento do valor penhorado e depositado
judicialmente mediante a prestação de caução. Ocorre que o recorrente, em vez de
impugná-las separadamente, por meio de dois agravos de instrumento, interpôs um
único recurso. Nesse contexto, inicialmente, ressaltou-se que o princípio da
singularidade, também denominado da unicidade do recurso, ou unirrecorribilidade
consagra que, para cada decisão a ser atacada, há um único recurso próprio e
adequado previsto no ordenamento jurídico. Sendo assim, salvo as exceções legais
– embargos de declaração e recurso especial e extraordinário –, não é possível a
utilização de mais de um recurso para impugnar a mesma decisão, sob pena de o
segundo não ser conhecido por preclusão consumativa. Entretanto, destacou-se que
o aludido princípio não veda a interposição de um único recurso para impugnar
mais de uma decisão. Tampouco subsiste, na legislação processual, qualquer
impedimento a essa prática, embora seja incomum. Assim, consignou-se que, na
hipótese, não se trata de aplicação do art. 244 do CPC, pois há previsão legal
quanto ao recurso cabível contra decisão interlocutória (art. 522 do CPC), sendo
também desnecessária a aplicação do princípio da instrumentalidade das formas,
visto que o recorrente utilizou-se do recurso correto (respeito à forma) para
impugnar as decisões interlocutórias, qual seja, o agravo de instrumento.
Ademais, considerou-se que, na espécie, a interposição do agravo por meio de
duas petições separadas e o julgamento separado dos recursos poderia gerar
decisões conflitantes. Isso porque a segunda decisão (que autorizou o
levantamento do valor penhorado) é dependente da primeira (que extinguiu a
exceção de pré-executividade oposta pelo executado e autorizou a penhora daquele
valor). Por fim, asseverou-se que, embora a interposição de um único recurso
para impugnar mais de uma decisão não seja uma prática recomendável,
reconheceu-se que, de acordo com as particularidades do caso, o não conhecimento
do agravo importa violação do art. 522 do CPC, porquanto a parte, além de ter o
direito de recorrer das decisões interlocutórias, utilizou-se do recurso
previsto na legislação para tanto, ou seja, o agravo de instrumento. Assim, a
Turma deu provimento ao recurso, para anular o acórdão recorrido e determinar o
retorno dos autos ao tribunal de origem, a fim de que seja apreciado o mérito do
agravo de instrumento. REsp 1.112.599-TO, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 28/8/2012.
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INDENIZAÇÃO. LEGALIDADE. PRIVATIZAÇÃO.
Trata-se, na espécie, de ação proposta pelo acionista
minoritário (recorrido) em que se busca condenar a empresa controladora
(recorrente) a indenizar a empresa controlada por supostos prejuízos que lhe
teria causado quando das privatizações dos seus ativos. Preliminarmente,
sustentou-se a legitimidade ativa de qualquer acionista – independentemente da
natureza de suas ações – para propor ação de indenização, desde que preste
caução pelas custas e honorários de advogados devidos no caso de a ação vir ser
julgada improcedente, nos termos do art. 246, § 1º, b, da Lei
n. 6.404/1976. Em relação à suposta necessidade de correção do polo passivo,
esta Corte, no exame do Ag 80.928-RJ, já se manifestou no sentido da
ilegitimidade da União para figurar como ré, decisão transitada em julgado.
Quanto ao mérito, diante da notícia de fato novo – a incorporação da empresa
controlada pela empresa controladora –, a Turma julgou improcedente a ação
originária com resolução de mérito (art. 269, I, do CPC), uma vez que
caracterizada a confusão entre credor e devedor, nos termos do art. 381 e
seguintes do CC. Segundo se argumentou, eventuais créditos da empresa controlada
(suposta credora), assim como eventuais obrigações, passaram a ser créditos ou
obrigações da própria controladora. Operada a confusão entre credor e devedor,
não há possibilidade jurídica para o prosseguimento da demanda. Considerou,
ainda, o Min. Relator não ter ocorrido nenhum tipo de abuso de poder por parte
da empresa controladora, que apenas cumpriu o determinado na Lei n. 8.031/1990,
na qual, inclusive, existia autorização, como uma das formas de pagamento – das
ações alienadas da empresa controlada – de títulos da dívida pública emitidos
pelo Tesouro Nacional (art. 16 da referida lei). Concluiu-se, por fim, que dadas
as circunstâncias dos autos, não há condenação, vencido ou vencedor. Assim, cada
parte arcará com os honorários advocatícios de seus patronos e responderá por
metade das custas e despesas processuais, não sendo devido o pagamento do prêmio
previsto no § 2º do art. 246 da Lei n. 6.404/1976, liberando-se o levantamento
da caução pela ora recorrida. REsp 745.739-RJ, Rel. Min. Massami Uyeda,
julgado em 28/8/2012.
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INTERESSE DE AGIR. MUTUÁRIO DO SFH. AÇÃO REVISIONAL. ADJUDICAÇÃO EXTRAJUDICIAL DO IMÓVEL.
A Turma, ao rever orientação jurisprudencial desta Corte,
assentou o entendimento de que, mesmo após a adjudicação do imóvel pelo credor
hipotecário em execução extrajudicial, persiste o interesse de agir do mutuário
no ajuizamento da ação revisional das cláusulas do contrato de financiamento
vinculado ao Sistema Financeiro de Habitação (SFH). De início, ponderou o Min.
Relator sobre a necessidade de uma nova discussão sobre o tema para firmar o
posicionamento da Turma. No mérito, sustentou a falta de razoabilidade no
tratamento diferenciado entre os mutuários de empréstimo comum dos mutuários do
empréstimo habitacional. Segundo o enunciado da Súm. n. 286 desta Corte, não há
qualquer óbice à revisão judicial dos contratos bancários extintos pela novação
ou pela quitação. Assim, seria desproporcional não admitir a revisão das
cláusulas contratuais do mutuário habitacional – em regra, protegido pela
legislação disciplinante – apenas sob a alegação de falta de interesse de agir
uma vez que extinta a relação obrigacional avençada, após a adjudicação
extrajudicial do imóvel e liquidação do débito. Ao contrário, considerou-se ser
necessária e útil a ação revisional até mesmo para que se verifique a correta
liquidação do saldo devedor, cotejando-o ao valor da avaliação do imóvel –
obrigatória no rito de expropriação hipotecária –, concluindo-se pela existência
ou não de saldo positivo em favor do executado. Superado o valor do bem excutido
ao do débito, o devedor tem direito de receber o que sobejar em observância ao
princípio da vedação do enriquecimento sem causa e pela remarcada função social
dos contratos. REsp 1.119.859-PR, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado
em 28/8/2012.
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ACORDO CELEBRADO POR DEFICIENTE FÍSICO. LEGITIMIDADE DO MP PARA RECORRER.
O acordo celebrado por deficiente físico, ainda que abrindo mão
de tratamento particular de saúde em troca de pecúnia, não pode ser impugnado
pelo MP sob o pálio do art. 5º da Lei n. 7.853/1989. A deficiência física, por
si só, não tira da pessoa sua capacidade civil e sua aptidão para manifestar
livremente sua vontade. Além disso, no acordo objeto de homologação, o
deficiente físico não renunciou a um tratamento de saúde, simplesmente optou
pelo tratamento na rede pública. REsp 1.105.663-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 4/9/2012.
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PAGAMENTO DE ALUGUERES. UTILIZAÇÃO EXCLUSIVA DE IMÓVEL DOS FILHOS POR UM DOS EX-CÔNJUGES.
Após a separação do casal, o genitor que reside em imóvel
transferido aos filhos deve pagamento de alugueres (equivalente a 50% do valor
da locação do imóvel) pelo usufruto isolado do patrimônio pertencente à prole. É
que, embora o exercício do direito real de usufruto de imóvel de filho (baseado
no poder familiar) seja atribuído aos pais conjuntamente, nos termos do art.
1.689, I, do CC, a aplicação direta dessa norma apenas é possível na constância
do relacionamento; pois, findo o casamento ou a união estável, geralmente ocorre
a separação física do casal, inviabilizando o exercício do usufruto de forma
conjunta. Nessa hipótese, é factível a cobrança do equivalente à metade da
locação do imóvel, pois a simples ocupação do bem por um dos ex-consortes
representa impedimento de cunho concreto ou ainda psicológico à utilização
simultânea do outro usufrutuário. REsp 1.098.864-RN, Rel. Min. Nancy Andrighi,
julgado em 4/9/2012.
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PENSÃO ALIMENTÍCIA. IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA.
A pensão alimentícia é prevista no art. 3º, III, da Lei n.
8.009/1990 como hipótese de exceção à impenhorabilidade do bem de família. E tal
dispositivo não faz qualquer distinção quanto à causa dos alimentos, se
decorrentes de vínculo familiar ou de obrigação de reparar danos. Na espécie,
foi imposta pensão alimentícia em razão da prática de ato ilícito – acidente de
trânsito –, ensejando-se o reconhecimento de que a impenhorabilidade do bem de
família não é oponível à credora da pensão alimentícia. Precedentes citados:
EREsp 679.456-SP, DJe 16/6/2011, e REsp 437.144-RS, DJ 10/11/2003. REsp 1.186.225-RS, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em
4/9/2012.
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Quarta Turma |
EMBARGOS À EXECUÇÃO. REVELIA. RÉU PRESO. NOMEAÇÃO. CURADOR ESPECIAL.
Trata-se, na origem, de ação de reparação de danos proposta
pelo recorrido em face do ora recorrente, que, citado pessoalmente, deixou
transcorrer in albis o prazo destinado à apresentação de defesa. O juiz
de primeiro grau decretou a revelia e julgou antecipadamente o feito, condenando
o recorrente ao pagamento de indenização e honorários de sucumbência. Transitada
em julgado, procedeu o recorrido à execução da sentença, com a penhora de bens.
Irresignado, o recorrente manejou embargos à execução de sentença, aduzindo, em
síntese, que foi citado na ação principal e, durante o decurso do prazo para
resposta, foi recolhido à prisão. Sustentou que, não obstante sua prisão, não
lhe fora nomeado curador especial à lide principal, correndo à revelia a ação
indenizatória, razão pela qual haveria nulidade absoluta da ação executiva, uma
vez que não lhe teria sido garantido o direito de defesa. A Turma deu provimento
ao recurso por entender que o recolhimento do recorrente a estabelecimento
prisional após a sua citação pessoal, porém antes do término do prazo para a
contestação, constituiu caso fortuito que impossibilitou a apresentação de
resposta perante o juízo cível. E a omissão do juiz a quo em nomear
curador especial culminou na nulidade da execução e da ação de indenização desde
a citação do ora recorrente, devendo ser-lhe restituído o prazo para a
apresentação de defesa. REsp 1.032.722-PR, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em
28/8/2012.
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ACRÉSCIMO DE SOBRENOME DO CÔNJUGE APÓS A CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO.
Aos cônjuges é permitido incluir ao seu nome o sobrenome do
outro, ainda que após a data da celebração do casamento, porém deverá ser por
meio de ação judicial. O registro de nascimento da pessoa natural, com a
identificação do nome civil, em regra é imutável. Contudo, a lei permite, em
determinas ocasiões, sua alteração. Ao oficial de cartório somente é permitido
alterar um nome, independente de ação judicial, nos casos previstos em lei, como
é a hipótese do art. 1565, § 1º do CC, o qual possibilita a inclusão do
sobrenome de um dos nubentes no do outro, durante o processo de habilitação do
casamento. A Turma entendeu que essa possibilidade deve-se estender ao período
de convivência do casal, enquanto perdurar o vínculo conjugal. Porém, nesta
hipótese, o nome deve ser acrescido por intermédio da ação de retificação de
registros públicos, nos termos dos arts. 57 e 109 da Lei de Registros Públicos
(Lei n. 6.015/1973). REsp 910.094-SC, Rel. Raul Araújo, julgado em
4/9/2012.
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PROCESSO FALIMENTAR. SUCUMBÊNCIA DE CREDOR HABILITANTE. ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
Na espécie, a quaestio juris está em saber se cabem
honorários advocatícios sucumbenciais em favor do falido no caso de habilitação
parcial de crédito em processo falimentar regido pela revogada Lei de Falências
(Dec.-lei n. 7.661/1945). Como consabido, no processo falimentar, o falido
exerce, a um só tempo, dever de auxílio e também direito de fiscalizar a
administração da massa, podendo, no último caso, intervir como assistente nos
feitos em que a massa seja parte ou interessada (art. 36 do mencionado decreto).
Portanto, é a própria Lei de Falências revogada que delineia a atuação do falido
no processo falimentar, franqueando-lhe a possibilidade de, como assistente,
pleitear providências necessárias à conservação dos seus direitos (Lei n.
11.101/2005, arts. 103 e 104). In casu, o falido defende interesse
próprio em controvérsia instalada em habilitação de crédito incidental à
falência, portanto sua posição se assemelha à de assistente litisconsorcial.
Trata-se de uma espécie de assistência litisconsorcial sui generis
porque, muito embora a massa falida subjetiva seja a comunhão de interesses dos
credores, representada pelo síndico/administrador, em não raras vezes os
interesses da coletividade altercam-se com os interesses individuais do falido,
hipóteses em que não se pode falar que ele mantém relação de auxílio com a
massa. Assim, aplica-se a regra do art. 52 do CPC, em que o assistente
sujeita-se aos mesmos ônus processuais que o assistido, não lhe podendo ser
negados, em contrapartida, os consectários benéficos de sua atuação. Ademais,
sendo o assistente qualificado (ou litisconsorcial) considerado verdadeiro
litisconsorte (art. 54 do CPC), as regras de sucumbência aplicáveis devem ser as
mesmas destinadas às partes principais, mormente a que enuncia que, concorrendo
diversos autores ou diversos réus, os vencidos respondem pelas despesas e
honorários em proporção (art. 23 do CPC). Dessa forma, uma vez reconhecida a
sucumbência exclusiva do credor habilitante em decisão transitada em julgado,
impende o arbitramento de honorários em favor do advogado do falido, a teor do §
4º do art. 20 do CPC, além do fato de ter ele impugnado, de forma substancial,
os créditos cuja habilitação se pleiteava. Precedente citado: REsp 443.867-RS,
DJ 17/2/2003. REsp 1.003.359-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
6/9/2012.
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ACIDENTE. INDENIZAÇÃO. REVISÃO DE PENSÃO VITALÍCIA.
É cediço que, uma vez transitada em julgado a sentença de
mérito, torna-se imutável a norma jurídica nela contida, inclusive quanto às
questões que poderiam ter sido alegadas oportunamente, mas não o foram, segundo
a inteligência do art. 474 do CPC. Por conseguinte, consoante o princípio da
congruência, o pedido delimita o objeto litigioso e o âmbito de atuação do órgão
judicial (art. 128 do CPC). Dessa forma, assume extrema importância a
identificação, na ação ajuizada, da ocorrência de litispendência ou de coisa
julgada, que constituem impeditivos da propositura de ação idêntica. Entretanto,
em se tratando de obrigação de trato continuativo fixada com base nas
necessidades da pessoa vitimada, ela pode ser revista na hipótese de alteração
das condições econômicas das partes envolvidas, a teor do art. 471, I, do CPC.
Ademais, o art. 475-Q, § 3º, do CPC admite expressamente a possibilidade de
majoração da pensão fixada em decorrência da prática de ato ilícito, quando
ocorre alteração superveniente na condição econômica das partes. Na hipótese dos
autos, decorridos 26 anos do trânsito em julgado de sentença que determinou o
pagamento de indenização pelos danos decorrentes em acidente em ferrovia, a
recorrente, pleiteou o recebimento de danos morais, materiais e estéticos, por
não estarem encartados na indenização originalmente arbitrada, bem como a
majoração da pensão mensal vitalícia. Nesse contexto, ressaltou-se que, na
primeira demanda, a recorrente pleiteou o pagamento de indenização em
decorrência de todos os danos sofridos, quer patrimoniais quer
extrapatrimoniais, uma vez que se reportou ao gênero do qual eles são espécies.
Assim, concluiu-se que a análise da segunda demanda – quanto aos danos –
encontra óbice na existência de coisa julgada material, cuja eficácia impede o
ajuizamento de outra ação com a mesma causa de pedir e pedido, ainda que
especifique os danos passíveis de indenização. Contudo, quanto ao valor da
pensão vitalícia, determinou-se o retorno dos autos à instância primeva para
análise do pedido de sua majoração. REsp 1.230.097-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
6/9/2012.
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ABONO ÚNICO PREVISTO EM CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA.
A Turma entendeu que o abono único previsto em norma coletiva
para empregados em atividade, tendo em vista sua natureza indenizatória, não
integra a complementação de aposentadoria dos ex-empregados inativos
beneficiários da entidade privada de previdência complementar. No caso, as
negociações coletivas celebradas não suprimiram vantagens dos inativos, mas, tão
somente, não lhes estenderam o abono único, concedendo-o apenas aos empregados
da ativa. Ressaltou-se que o contrato coletivo, como qualquer outro contrato,
deve observar a intenção das partes que o firmaram; pois, se elas convencionaram
e reduziram a termo o pactuado, é porque depositaram a sua confiança de que o
pacto seria respeitado (pacta sunt servanda). Outrossim, a entidade
privada de previdência complementar não participou das referidas convenções
coletivas, razão pela qual não se deve estender a ela obrigação que sequer as
partes contratantes convencionaram. Nesse tocante, destacou-se que a inclusão de
despesas com inativos – não previstas na negociação coletiva e não contidas
previamente na planificação econômica da entidade de previdência privada –
acarretaria prejuízo financeiro e atuarial à entidade, comprometendo a cobertura
dos compromissos por ela assumidos e a sua gestão. Ademais, frisou-se que a
incorporação do abono único aos proventos de complementação de aposentadoria dos
inativos violaria o princípio da autonomia privada coletiva, bem como os arts.
3º, parágrafo único, 6º, § 3º, da LC n. 108/2001 e 68, caput, da LC n.
109/2001. Assim, consignou-se que, a natureza do abono único previsto em acordo
coletivo ou convenção coletiva de trabalho para os empregados da ativa, –
consignada a vontade dos signatários em conferir-lhe caráter indenizatório e
destituído de habitualidade –, não é remuneratória nem integrante da
complementação de aposentadoria dos inativos, por interferir no equilíbrio
econômico e atuarial da entidade de previdência privada. AgRg no REsp 1.293.221-RS, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em
6/9/2012.
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Quinta Turma |
REVISÃO CRIMINAL. EMPATE NA VOTAÇÃO. DECISÃO MAIS FAVORÁVEL.
A Turma, prosseguindo o julgamento, concedeu a ordem para
reformar o acórdão recorrido, a fim de afastar a condenação do paciente pelo
crime de tentativa de homicídio, diante do empate verificado, na revisão
criminal de sentença proferida pelo tribunal do júri. A respeito do tema,
ponderou a Min. Relatora que, no entendimento do STF, a condenação penal
definitiva imposta pelo Júri é passível de desconstituição mediante revisão
criminal, não lhe sendo oponível a cláusula constitucional da soberania do
veredicto do Conselho de Sentença. Consignou-se, ademais, que, à falta de norma
expressa sobre o empate (em julgamento de revisão criminal), deve-se aplicar a
regra do art. 615, § 1º, do CPP, reproduzida para o habeas corpus no
parágrafo único do art. 664 do mesmo Codex. Assim, mesmo que se
considere tratar-se de normas específicas, atinentes a recursos determinados,
caberá o apelo à analogia, expressamente permitido pelo art. 3º do aludido
código. In casu, o tribunal a quo decidiu, por maioria, pela
improcedência da revisão criminal. Contudo, da leitura das notas taquigráficas
acostadas aos autos, verificou-se que, quanto ao pedido de afastamento da
condenação por tentativa de homicídio, houve empate na votação, uma vez que, dos
seis desembargadores presentes, três acolheram a súplica revisional, enquanto
outros três a indeferiram. Dessarte, consoante o disposto no art. 615, § 1º, do
CPP, consignou-se que o empate na votação importa reconhecimento de decisão
favorável ao paciente. Precedentes citados do STF: HC 70.193-RS, DJ 6/11/2006;
HC 59.863-SP, DJ 13/3/1982; HC 52.838-SP, DJ 26/9/1975, e HC 54.467-SP, DJ
18/3/1977. HC 137.504-BA, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em
28/8/2012.
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ESTABELECIMENTO COMERCIAL. VENDA DE PRODUTOS SEM REGISTRO DA ANVISA. PERÍCIA.
In casu, os pacientes foram denunciados pela prática
do delito previsto no art. 273, § 1º e § 1º-B, I, do CP, porque, no
estabelecimento comercial deles (loja de suplementos alimentares), os agentes da
Anvisa encontraram à venda produtos sem o exigível registro na Agência. Assim,
busca-se, na impetração, entre outros temas, o trancamento da ação penal por
ausência de justa causa, tendo em vista que não foi realizado exame pericial
para comprovar que os produtos apreendidos não poderiam ser comercializados. A
Turma entendeu que, para a configuração do aludido delito, não é
exigível a perícia, bastando a ausência de registro na Anvisa, obrigatório na
hipótese de insumos destinados a fins terapêuticos ou medicinais. Ademais,
consignou-se que as características dos produtos podem ser atestadas por fiscal
técnico da Agência, conhecedor das normas de regulação que, no exercício do seu
mister, tem fé pública. No caso, foram os profissionais da Anvisa – conhecedores
das normas da agência que gozam de fé pública no exercício de suas funções – que
identificaram que os produtos apreendidos no estabelecimento administrado pelos
pacientes não possuíam o necessário registro, portanto não se mostra lógico
tampouco razoável exigir a perícia, até porque eram insumos sujeitos à
vigilância, previstos na abrangente legislação. Além disso, os impetrantes não
apresentaram documentação que demonstrasse que os produtos não estariam sujeitos
à vigilância sanitária. Dessa forma, concluiu-se que não ocorre a falta de justa
causa para a ação penal, devendo as instâncias ordinárias procederem ao juízo de
culpabilidade na espécie. HC 177.972-BA, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em
28/8/2012.
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ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA. CONTROVÉRSIA QUANTO AO DOLO.
A absolvição sumária só é possível se evidenciada uma das
hipóteses previstas no art. 397 do CPP. No caso, o tribunal de origem manteve a
absolvição sumária do réu acusado de crime de contrabando ao argumento de que
ele não tinha consciência da origem das máquinas caça-níqueis apreendidas em seu
estabelecimento. A Min. Relatora asseverou que, sendo ponto controvertido o
conhecimento da procedência estrangeira das máquinas apreendidas e de seus
componentes, mostra-se descabido o afastamento do dolo do agente sem a devida
instrução probatória. Precedentes citados: REsp 1.206.024-ES, DJe de 13/8/2012,
e REsp 1.206.103-ES, DJe de 14/2/2012. REsp 1.206.320-ES, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em
4/9/2012.
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INTERROGATÓRIO DE CORRÉU. POSSIBILIDADE DE ESCLARECIMENTOS A PEDIDO DAS DEFESAS DOS OUTROS CORRÉUS.
A defesa do corréu tem o direito de fazer perguntas no
interrogatório dos demais acusados, conforme dispõe o art. 188 do CPP – com
redação dada pela Lei n. 10.792/2003. Tal modificação foi feita com o objetivo
de assegurar a ampla defesa e o contraditório durante a produção da prova em
interrogatório, respeitado o direito do acusado inquirido de não ser obrigado a
prestar declarações que o autoincriminem. Dessa forma, além de poder assistir ao
interrogatório de corréu, a defesa dos demais corréus pode fazer os
questionamentos que entender necessários no interesse dos seus clientes.
Precedentes citados do STF: HC 101.648-ES, DJe 9/2/2011; HC 94.601-CE, DJe
11/9/2009; do STJ: HC 162.451-DF, DJe 16/6/2010, e HC 172.390-GO, DJe 1º/2/2011.
HC 198.668-SC, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
4/9/2012.
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LIMITE COGNITIVO DA DECISÃO DE PRONÚNCIA.
Na primeira fase do procedimento do tribunal do júri prevalece
o princípio in dubio pro societate, devendo o magistrado, na decisão de
pronúncia, apenas verificar a materialidade e a existência de indícios
suficientes de autoria ou participação (art. 413 do CPP). Assim, a verificação
do dolo eventual ou da culpa consciente deve ser realizada apenas pelo Conselho
de Sentença. Precedentes citados: EDcl no REsp 192.049-DF, DJ 29/3/1999; AgRg no
REsp 1.008.903-RS, DJe 24/11/2008; HC 118.071-MT, DJe 1º/2/2011; REsp
912.060-DF, DJe 10/3/2008; HC 44.499-RJ, DJ 26/9/2005, e AgRg no REsp
1.192.061-MG, DJe 1º/8/2011. REsp 1.279.458-MG, Rel. Min. Jorge Mussi,
julgado em 4/9/2012.
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FORO ESPECIAL. MOMENTO DO INÍCIO DA GARANTIA CONSTITUCIONAL.
O foro por prerrogativa de função vale a partir da diplomação
para o exercício de cargo eletivo. No caso, o paciente foi denunciado no juízo
da comarca onde fora prefeito por não mais ocupar o cargo. Por decisão do STJ,
com base nos §§ 1º e 2º do art. 84 do CPP (com redação dada pela Lei n.
10.628/2002), que determinavam a manutenção do foro por prerrogativa de função
mesmo após o mandato, foi reconhecida a competência do TJPR para julgar a ação.
Após a decisão do STJ, o STF declarou a inconstitucionalidade dos parágrafos do
art. 84 do CPP, razão pela qual o feito foi remetido ao juízo de primeiro grau.
Ocorre que, antes de a sentença ser proferida, o réu foi diplomado para o
exercício de mandato de prefeito municipal, tornando novamente o TJPR competente
para o feito e viciando os atos processuais praticados após o referido marco
temporal. O Min. Relator ressaltou, contudo, a possibilidade de ratificação dos
atos que não sejam diretamente ligados ao julgamento do mérito da ação.
Precedentes citados do STF: ADI 2.797; Inq 1.935-AP, DJ de 4/6/2004; HC
94.705-RJ, DJe 1º/7/2009; HC 73.196-SP, DJ 31/5/1996; HC 88.262-SP, DJ
15/9/2009; do STJ: AgRg na APn 236-SC, DJ 12/2/2007; HC 10.564-PE, DJ
23/10/2000, e HC 76.946-SP, DJe 16/3/2009. HC 233.832-PR, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
4/9/2012.
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PRAZO. INTERPOSIÇÃO DE RECURSO. FAX. APRESENTAÇÃO DO ORIGINAL.
Embora a interposição de recursos por meio de fax seja
admitida, é imprescindível, sob pena de não conhecimento, a apresentação do
original em até cinco dias, conforme determina o art. 2º da Lei n. 9.800/1999,
cujo prazo é contínuo, iniciando no dia imediatamente subsequente ao termo final
do prazo recursal, ainda que não haja expediente forense. Precedentes citados:
AgRg nos EAg 528.063-MG, DJe 22/2/2010; EDcl nos EDcl no AgRg no AgRg no Ag
1.096.680-PB, DJe 15/12/2011, e AgRg no AREsp 47.172-RJ, DJe 28/11/2011.
HC 244.210-RS, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
6/9/2012.
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Sexta Turma |
PUBLICAÇÃO. ACÓRDÃO. ADVOGADA. FALECIMENTO.
A Turma decidiu que existe manifesto prejuízo para a defesa na
hipótese de falecimento da única advogada do paciente após a interposição do
recurso de apelação, haja vista a publicação do acórdão do Tribunal de Justiça
ter sido realizado em nome daquela. Para o Min. Relator, o acórdão deverá ser
republicado em nome do advogado regularmente constituído. HC 226.673-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior,
julgado em 4/9/2012.
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sexta-feira, 14 de setembro de 2012
INFORMATIVO JURISPRUDENCIAL DO STJ - Nº. 503
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