Informativo n. 0510
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Primeira Seção |
DIREITO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. INCORPORAÇÃO DA GAE AO VENCIMENTO BÁSICO. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. N. 8/2008-STJ).
Os servidores do quadro do Ministério da Fazenda não
têm direito ao recebimento cumulativo da Gratificação de Atividade – GAE com o
vencimento básico estabelecido pela Lei n. 11.907/2009. A referida lei
determinou a incorporação da GAE ao vencimento básico dos servidores a partir de
1º/7/2008 e estabeleceu que a nova remuneração não poderia ser cumulada com os
valores já percebidos anteriormente pelos servidores a título de GAE, para
evitar pagamento em duplicidade dos valores referentes à gratificação já
incorporada ao novo vencimento (art. 311). Ademais, a supressão do pagamento da
GAE a partir de 29/8/2008 (art. 254, I, a da Lei n.
11.907/2009) não produziu nenhum efeito financeiro concreto sobre a remuneração
dos servidores, pois já em 1º/7/2008 a gratificação deixou de ser paga como
adicional e seus valores foram incorporados ao vencimento básico dos servidores.
Precedentes citados: REsp 1.306.871-RS, DJe 23/5/2012, e AgRg no REsp
1.301.046-PR, DJe 24/4/2012. REsp 1.343.065-PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
28/11/2012.
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DIREITO TRIBUTÁRIO. COMPETÊNCIA PARA COBRANÇA DE ISS. DEC.-LEI N. 406/1968. LC N. 116/2003. ARRENDAMENTO MERCANTIL. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. N. 8/2008-STJ).
O Município competente para a cobrança de ISS sobre
operações de arrendamento mercantil, na vigência do Dec.-Lei n. 406/1968, é o do
local onde sediado o estabelecimento prestador (art. 12), e, a partir da LC n.
116/2003, é aquele onde o serviço é efetivamente prestado (art. 3º). A
LC n. 116/2003 adotou um sistema misto, considerando o imposto devido no local
do estabelecimento prestador, ou, na sua falta, no local do domicílio do
prestador e, para outras hipóteses definidas, o local da prestação do serviço,
do estabelecimento do tomador ou do intermediário (art. 3º). Vê-se, assim, que
nem mesmo a LC n. 116/2003, que sucedeu o Dec.-Lei n. 406/1968, prestigiou em
sua integralidade o entendimento externado pelo STJ, de modo que não se
considera como competente para a arrecadação do tributo, em todos os casos, o
Município em que efetivamente prestado o serviço. Ademais, ao definir
estabelecimento prestador emprestou-lhe alcance bastante amplo, quando
assinalou, em seu art. 4º, que “considera-se estabelecimento prestador o local
onde o contribuinte desenvolva a atividade de prestar serviços, de modo
permanente ou temporário, e que configure unidade econômica ou profissional,
sendo irrelevantes para caracterizá-lo as denominações de sede, filial, agência,
posto de atendimento, sucursal, escritório de representação ou contato ou
quaisquer outras que venham a ser utilizadas”. Dessa forma, somente
após a vigência da LC n. 116/2003 é que se poderá afirmar que, existindo unidade
econômica ou profissional do estabelecimento prestador do serviço no Município
onde a prestação do serviço é perfectibilizada, ou seja, onde ocorrido o fato
gerador tributário, ali deverá ser recolhido o tributo. É certo que a opção
legislativa representa um potente duto de esvaziamento das finanças das
localidades periféricas do sistema bancário nacional, ou seja, através dessa
modalidade contratual se instala um mecanismo altamente perverso de
descapitalização dos Municípios de pequeno porte, onde se faz a captação da
proposta de contrato bancário, para depois drenar para os grandes centros
financeiros do País os recursos assim recolhidos, teria esse mecanismo um forte
impacto sobre o ideal federalista descentralizador. No entanto, a interpretação
do mandamento legal leva a conclusão de ter sido privilegiada a segurança
jurídica do sujeito passivo da obrigação tributária, para evitar dúvidas e
cobranças de impostos em duplicata, sendo certo que eventuais fraudes (como a
manutenção de sedes fictícias) devem ser combatidas por meio da fiscalização e
não do afastamento da norma legal, o que seria verdadeira quebra do princípio da
legalidade. REsp 1.060.210-SC, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia
Filho, julgado em 28/11/2012.
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DIREITO TRIBUTÁRIO. ISS. BASE DE CÁLCULO. PREÇO DO SERVIÇO. VALOR TOTAL DA OPERAÇÃO CONTRATADA. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. N. 8/2008-STJ).
A base de cálculo do ISS, no caso de arrendamento
mercantil financeiro, abrange o valor total da operação contratada, inclusive
para os casos de lançamento por homologação. Tanto o art. 9º da
Dec.-Lei n. 406/1968 como o art. 7º da atual LC n. 116/2003 estabelecem que a
base de cálculo do tributo é o preço do serviço, que, no caso de arrendamento
mercantil financeiro, só pode ser entendido como tudo aquilo que o arrendatário
paga ao arrendador em troca da disponibilização e fruição do bem objeto do
contrato. A complexidade do contrato de arrendamento mercantil, destacada pelo
STF no julgamento do RE 592. 905-SC, não permite pinçar partes dele para o fim
de definir o serviço prestado e, consequentemente, a sua base de cálculo, ainda
que sua nota característica seja o financiamento. A operação engloba diversas
fases e procedimentos, mas em essência, é una, única, e assim deve ser entendida
para o fim de se definir a base de cálculo do tributo. Como explicitado no
referido julgado do STF, sobressai o aspecto financeiro da operação. Assim
sendo, não há como excluir o valor do financiamento da base de cálculo do ISS. O
legislador ordinário não excepcionou, para fins de estabelecimento da base de
cálculo do ISS sobre o arrendamento mercantil financeiro, qualquer parcela, como
fez quando tratou da exclusão do valor dos materiais fornecidos pelo prestador
de serviços de empreitada, subempreitada ou construção civil. Precedentes
citados do STF: RE 592.905-SC, DJE 5/3/2010; do STJ: AgRg no REsp 853.281-SC,
DJE 16/9/2008; AgRg nos EDcl no REsp 982.956-RS, DJE de 6/8/2009; AgRg nos EDcl
no REsp 982.956-RS, DJe 6/8/2009; AgRg nos EDcl no Ag 855.164-SC, DJ 23/8/2007,
e AgRg no AgRg nos EDcl no REsp 979.670-SC, DJe 26/2/2009. REsp 1.060.210-SC, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado
em 28/11/2012.
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DIREITO ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. COMPETÊNCIA. ACP. LOCAL DO DANO.
A competência para processar e julgar ação civil
pública é absoluta e se dá em função do local onde ocorreu o dano. O
art. 2º da Lei n. 7.347/1985, que disciplina a Ação Civil Pública (ACP),
estabelece que as ações da referida norma serão propostas no foro do local onde
ocorrer o dano, cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a
causa. A ratio legis da utilização do local do dano como critério
definidor da competência nas ações coletivas é proporcionar maior celeridade no
processamento, na instrução e, por conseguinte, no julgamento do feito, dado que
é muito mais fácil apurar o dano e suas provas no juízo em que os fatos
ocorreram. Precedentes citado: CC 97.351-SP, DJe 10/6/2009. AgRg nos
EDcl no CC 113.788-DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em
14/11/2012.
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO. PRAZO DECADENCIAL PARA REVISÃO DO ATO DE CONCESSÃO DE BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO ANTERIOR À VIGÊNCIA DA MP N. 1.523-9/1997. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. N. 8/2008-STJ).
Incide o prazo de decadência do art. 103 da Lei n.
8.213/1991, instituído pela MP n. 1.523-9/1997, convertida na Lei n. 9.528/1997,
no direito de revisão dos benefícios concedidos ou indeferidos anteriormente a
esse preceito normativo, com o termo a quo a contar da vigência da
MP. Até o advento da MP n. 1.523-9/1997 (convertida na Lei n.
9.528/1997) não havia previsão normativa de prazo decadencial da ação de revisão
do ato concessivo de benefício previdenciário. Todavia, com a nova redação dada
pela referida MP ao art. 103 da Lei n. 8.213/1991 (Lei de Benefícios da
Previdência Social), publicada em 28/6/1997, ficou estabelecido ser de dez anos
o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou
beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício. Portanto, até
27/6/1997 – dia anterior à publicação da referida MP –, qualquer segurado
poderia exercer seu direito de revisão do benefício, não havendo previsão para
fulminar tal direito pelo decurso futuro de prazo. Entretanto, a contar de
28/6/1997, com a publicação da inovação legal citada, os mesmos segurados
continuaram a poder exercer seu direito de revisão, mas desta vez sob novo
regime jurídico, isto é, com prazo de 10 anos a contar da alteração legislativa
(MP n. 1.523-9/1997). Assim, relativamente aos benefícios anteriormente
concedidos, o termo inicial do prazo de decadência do direito de revisão é a
data em que entrou em vigor a norma fixando o referido prazo decenal. Ademais, o
suporte de incidência do prazo decadencial previsto no art. 103 da Lei n.
8.213/1991 é o direito de revisão dos benefícios, e não o direito ao benefício
previdenciário. O direito ao benefício está incorporado ao patrimônio jurídico,
e não é possível que lei posterior imponha a modificação ou extinção. Já o
direito de revisão do benefício consiste na possibilidade de o segurado alterar
a concessão inicial em proveito próprio, o que resulta em direito exercitável de
natureza contínua sujeito à alteração de regime jurídico. Por conseguinte, não
viola o direito adquirido e o ato jurídico perfeito a aplicação da citada norma
sobre o direito de revisão das prestações concedidas antes da instituição do
prazo decadencial. Portanto, a lei nova se aplica às situações jurídicas
anteriores, mas o termo inicial do prazo decadencial deve ser a contar da
vigência da norma instituidora (28/6/1997). Precedentes citados: REsp
1.303.988-PE, DJe 21/3/2012, e AgRg no AREsp 103.845-SC, DJe 1º/8/2012.
REsp 1.309.529-PR, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
28/11/2012.
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DIREITO TRIBUTÁRIO. IRPJ E CSSL. BASE DE CÁLCULO. ANO-BASE DE 1990. CORREÇÃO MONETÁRIA DAS DEMONSTRAÇÃO FINANCEIRA PELA BTNF.
Aplica-se o BTN Fiscal na correção monetária das
demonstrações financeiras do período-base de 1990, para fins de apuração da base
de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ e da Contribuição
Social sobre o Lucro – CSSL. Precedentes citados do STF: RE 201.465-MG,
DJ 17/10/2003; do STJ: AgRg no EREsp 636.275-RJ, DJe 8/9/2008, e EREsp
210.261-ES, DJe 23/6/2008. AgRg nos EAg 427.916-PR, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em
14/11/2012.
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DIREITO TRIBUTÁRIO. ICMS. SERVIÇOS SUPLEMENTARES AO DE COMUNICAÇÃO.
Não incide ICMS sobre a prestação de serviços
acessórios ao de comunicação. A incidência do ICMS, no que se refere à
prestação dos serviços de comunicação, deve ser extraída da CF e da LC n.
87/1996, incidindo o tributo sobre os serviços de comunicação prestados de forma
onerosa, através de qualquer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a
transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de
qualquer natureza (art. 2º, III, da LC n. 87/1996). A prestação de serviços
conexos ao de comunicação por meio da telefonia móvel (que são preparatórios,
acessórios ou intermediários da comunicação) não se confunde com a prestação da
atividade fim — processo de transmissão (emissão ou recepção) de informações de
qualquer natureza —, esta sim, passível de incidência do ICMS. Exemplos de
serviços acessórios são a troca de titularidade de aparelho celular, conta
detalhada, troca de aparelho, troca de número, mudança de endereço de cobrança
de conta telefônica, troca de área de registro, troca de plano de serviço,
bloqueio de DDD e DDI, habilitação e religação. Desse modo, a despeito de alguns
deles serem essenciais à efetiva prestação do serviço de comunicação e admitirem
a cobrança de tarifa pela prestadora do serviço (concessionária de serviço
público), por assumirem o caráter de atividade meio, não constituem,
efetivamente, serviços de comunicação, razão pela qual não é possível a
incidência do ICMS. Ressalte-se que, nesse sentido, é a orientação consolidada
na Súm. n. 350/STJ, que dispõe que “o ICMS não incide sobre o serviço de
habilitação de telefone celular". Precedentes citados: REsp 1.022.257-RS, DJe
17/3/2008, e RMS 11.368-MT, DJ 9/2/2005. REsp 1.176.753-RJ, Rel. originário Min. Napoleão Nunes Maia
Filho, Rel. para acórdão Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
28/11/2012.
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Segunda Seção |
DIREITO CIVIL. PREVIDÊNCIA PRIVADA. RESGATE DE CONTRIBUIÇÕES. SÚM. N. 289/STJ. CORREÇÃO MONETÁRIA. EXPURGOS INFLACIONÁRIOS. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. N. 8/2008-STJ)
É devida a restituição da denominada reserva de
poupança a ex-participantes de planos de benefícios de previdência privada,
devendo ser corrigidas monetariamente, conforme os índices que reflitam a real
inflação ocorrida no período, mesmo que o estatuto da entidade preveja critério
de correção diverso, devendo ser incluídos expurgos inflacionários e a Súm. n.
289/STJ. Conforme entendimento firmado no EREsp 297.194-DF, a correção
monetária não se revela em um acréscimo, mas na reposição do valor real da
moeda. A inclusão dos expurgos inflacionários, com o afastamento do índice de
correção monetária estabelecido no estatuto, não representa uma descapitalização
da entidade nem um desequilíbrio no cálculo atuarial, pois compete à entidade a
administração do seu patrimônio e a adequada aplicação das reservas técnicas,
fundos especiais e provisões, cabendo-lhe, portanto, zelar pela preservação da
reserva de dos efeitos da inflação. Precedentes citados: EREsp 297.194-DF, DJ
4/4/2002; AgRg no REsp 1.156.781-SE, DJe 21/8/2012, e EDcl no Ag 610.054-DF, DJe
20/8/2012. REsp 1.177.973-DF e REsp 1.183.474-DF, Rel. Min. Raul Araújo,
julgados em 14/11/2012.
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DIREITO CIVIL. PREVIDÊNCIA PRIVADA. RESTITUIÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES. NÃO INCIDÊNCIA DA SÚM. N. 252/STJ. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. N. 8/2008-STJ).
A Súm. n. 252/STJ, por ser específica para a correção
de saldos do FGTS, não tem aplicação nas demandas que envolvam previdência
privada. Essa súmula restringe-se à correção dos saldos das contas de
FGTS. Assim, às devoluções das parcelas de contribuições pagas a ex-beneficiário
de plano de previdência privada devem ser aplicados índices de correção que
reflitam a real inflação do período (Súm. n. 289/STJ). Precedentes citados: AgRg
nos EDcl no Ag 467.284-SC, DJ 16/6/2003, e AgRg no REsp 1.022.449-DF, DJe
28/4/2011. REsp 1.177.973-DF, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 14/11/2012.
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DIREITO CIVIL. PREVIDÊNCIA PRIVADA. DEVOLUÇÃO DAS CONSTRIBUIÇÕES. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. IPC. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. N. 8/2008-STJ)
A atualização monetária das contribuições devolvidas
pela entidade de previdência privada ao associado deve ser calculada pelo IPC,
por ser um índice que melhor traduz a perda do poder aquisitivo da
moeda. Precedentes citados: EDcl no REsp 879.527-PB, DJe 3/3/2008; AgRg
no AREsp 74.162-GO, DJe 1º/2/2012, e AgRg no Ag 813.501-RJ, DJe 9/2/2011.
REsp 1.177.973-DF e REsp 1.183.474-DF, Rel. Min. Raul Araújo, julgados em 14/11/2012.
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DIREITO CIVIL. PREVIDÊNCIA PRIVADA. RESTITUIÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES. QUITAÇÃO GERAL EM TRANSAÇÃO. ABRANGÊNCIA DAS VERBAS. RECURSO REPETITIVO (ART. 543-C DO CPC E RES. N. 8/2008-STJ)
A quitação relativa à restituição, por instrumento de
transação, somente alcança as parcelas efetivamente quitadas, não tendo eficácia
em relação às verbas por ele não abrangidas, de modo que, se os expurgos não
foram pagos aos participantes que faziam jus à devolução das parcelas de
contribuição, não se pode considerá-los saldados por recibos de quitação
passados de forma geral. Assim, a existência de transação
extrajudicial, realizada de forma geral, relativamente aos valores resgatados
pelos participantes de plano de benefícios de previdência privada, não acarreta,
em regra, a renúncia ao direito de diferenças da correção monetária não pagas,
tampouco extinção dessa obrigação. Precedentes citados: AgRg no AREsp
177.942-MG, DJe 29/6/2012, e AgRg no Ag 1.136.546-DF, DJe 17/3/2010. REsp 1.183.474-DF, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em
14/11/2012.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA CONCOMITANTE COM RECURSO ESPECIAL. MESMA MATÉRIA. INVASÃO DE COMPETÊNCIA.
Não é cabível impetrar MS perante o Tribunal de origem
para discutir matéria já aduzida em REsp pendente de apreciação do STJ, ainda
que os vícios acerca dos quais a parte se insurgiu no mandamus não
sejam, ordinariamente, passíveis de revisão no apelo extremo. Assim, há
invasão de competência do STJ no julgamento de mandado de segurança (MS) pelo
tribunal a quo no qual a parte, derrotada na anterior análise de
recurso de apelação, impugna uma série de matérias ligadas ao procedimento
adotado no julgamento. Rcl 8.668-GO, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgada em
28/11/2012.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO PARA JULGAR DEMANDA VISANDO AO RESSARCIMENTO DE DANOS CAUSADOS POR EMPREGADO A EMPREGADOR.
Compete à Justiça do Trabalho julgar ação por meio da
qual ex-empregador objetiva o ressarcimento de valores supostamente apropriados
de forma indevida pelo ex-empregado, a pretexto de pagamento de
salário. Há precedentes do STJ no sentido de que demandas
propostas por ex-empregador visando ao ressarcimento de danos causados
pelo ex-empregado em decorrência da relação de emprego devem ser processadas e
julgadas na Justiça do Trabalho. Tal competência tem por fundamento o art. 114
da CF, segundo o qual compete à Justiça do Trabalho processar e julgar "as ações
oriundas da relação do trabalho" (caput), bem como "as ações de
indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho"
(inc. VI), não havendo distinção em razão de ser a ação de autoria do empregado
ou do empregador. Precedentes citados: CC 89.023-SP, DJ 12/12/2007, e CC
80.365-RS, DJ 10/5/2007. CC 122.556-AM, Rel. Maria Min. Isabel Gallotti, julgado em
24/10/2012.
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Terceira Seção |
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. CABIMENTO DE AÇÃO RESCISÓRIA. VIOLAÇÃO DE SÚMULA.
Não cabe ação rescisória contra violação de
súmula. Conforme o art. 485, V, do CPC a sentença pode ser rescindida
quando violar literal disposição de lei, hipótese que não abrange a
contrariedade à súmula. Assim, não há previsão legislativa para o ajuizamento de
ação rescisória sob o argumento de violação de súmula. Precedentes citados: REsp
154.924-DF, DJ 29/10/2001, AR 2.777-SP, DJe 3/2/2010. AR 4.112-SC, Min. Rel. Marco Aurélio Bellizze, julgada em
28/11/2012.
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DIREITO PREVIDENCIÁRIO. TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO POR TRABALHADOR COM IDADE INFERIOR A 14 ANOS EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR.
O tempo de serviço em atividade rural realizada por
trabalhador com idade inferior a 14 anos, ainda que não vinculado ao Regime de
Previdência Social, pode ser averbado e utilizado para o fim de obtenção de
benefício previdenciário. Comprovada a atividade rural do trabalhador
com idade inferior a 14 anos e realizada em regime de economia familiar, esse
tempo deve ser computado para fins previdenciários. A proibição do trabalho às
pessoas com menos de 14 anos de idade foi estabelecida em benefício dos menores
e não deve ser arguida para prejudicá-los. Precedentes citados: AR 3.629-RS, DJe
9/9/2008, e EDcl no REsp 408.478-RS, DJ 5/2/2007. AR 3.877-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgada em
28/11/2012.
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Primeira Turma |
DIREITO TRIBUTÁRIO. ISS. SERVIÇO DE MARKETING. BASE DE CÁLCULO. VALOR GLOBAL COBRADO PELO SERVIÇO.
A base de cálculo do ISS, na prestação de serviços de
marketing, é o valor global cobrado pelos serviços, não sendo legítima
a dedução dos valores recebidos a título de reembolso por ausência de previsão
legal. Precedentes citados: REsp 1.293.162-RS, DJe 3/8/2012; AgRg no
AREsp 211.232-SC, DJe 17/9/2012; e AgRg no REsp 1.141.557-SP, DJe
24/8/2012. AREsp 227.724-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
20/11/2012.
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DIREITO ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. TITULARIDADE DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS. ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
Os honorários advocatícios de sucumbência não
constituem direito autônomo do procurador judicial quando vencedora a
Administração Pública direta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, ou as autarquias, as fundações instituídas pelo Poder Público, as
empresas públicas, ou as sociedades de economia mista, visto que integram o
patrimônio público da entidade. Precedentes citados: REsp 1.213.051-RS,
DJe 8/2/2011, e AgRg no AgRg no REsp 1.251.563-RS, DJe 14/10/2011. AgRg
no AREsp 233.603-RS, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em
20/11/2012.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL. CITAÇÃO POR EDITAL. ÚNICA TENTATIVA DE CITAÇÃO POR OFICIAL DE JUSTIÇA.
A citação por edital é cabível após única tentativa de
citação por oficial de justiça quando o executado não é localizado no seu
domicílio fiscal, sendo o fato certificado pelo referido auxiliar da justiça.
Não é necessário o exaurimento de todos os meios para localização do
paradeiro do executado para se admitir a citação por edital, sobretudo porque
tal exigência não decorre do art. 8º, III, da Lei n. 6.830/1980. Precedentes
citados: REsp 1.103.050-BA (Repetitivo), DJe 6/4/2009, e REsp 1.241.084-ES, DJe
27/4/2011. AgRg no AREsp 206.770-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em
13/11/2012.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. INSTRUÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL.
A execução fiscal deve ser instruída com a Certidão de
Dívida Ativa – CDA, de acordo com o artigo 6º, § 1º, da LEF, sendo inexigível a
instrução com o Termo de Inscrição em Dívida Ativa do crédito
executado. Precedentes citados: REsp 1.138.202-ES (Repetitivo), DJe
1º/2/2010, e REsp 1.065.622-SC, DJe 23/4/2009. AgRg no AREsp 198.239-MG, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em
13/11/2012.
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DIREITO TRIBUTÁRIO. PARCELAMENTO ESPECIAL (LEI N. 10.684/2003). DÉBITOS POSTERIORES A 28/2/2003.
É possível a cumulação do parcelamento previsto na Lei
n. 10.684/2003 (PAES) com outra modalidade de parcelamento, desde que os débitos
tenham vencimento posterior a 28/2/2003. Segundo jurisprudência
pacificada do STJ, a vedação de concessão de outros parcelamentos prevista no
art. 1º, § 10, da Lei n. 10.684/2003 somente é aplicável aos débitos com
vencimento até o dia 28/2/2003, e não aos débitos posteriores à referida data.
Precedentes citados: AgRg no REsp 1.255.366-RS, DJe 10/8/2011, e AgRg no Ag
1.369.550-RJ, DJe 30/3/2011. AgRg no REsp 1.313.079-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado
em 13/11/2012.
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DIREITO TRIBUTÁRIO. CRÉDITO PRESUMIDO. ICMS. IMPOSSIBILIDADE DE INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS.
Não é possível a inclusão do crédito presumido de ICMS
na base de cálculo da contribuição do PIS e da Cofins. O
crédito-presumido do ICMS configura incentivo voltado à redução de custos, com a
finalidade de proporcionar maior competitividade no mercado para as empresas de
um determinado Estado-membro, não assumindo natureza de receita ou faturamento.
Assim, não se tratando de receita, não há que se falar em incidência do crédito
presumido do ICMS na base de cálculo do PIS e da Cofins. Precedentes citados:
AgRg no REsp 1.229.134-SC, DJe 3/5/2011, e AgRg no REsp 1.165.316-SC, DJe
14/11/2011. AgRg no REsp 1.329.781-RS, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em
27/11/2012.
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Segunda Turma |
DIREITO ADMINISTRATIVO. REVISÃO DE GRATIFICAÇÃO ESPECIAL DE LOCALIDADE. RENOVAÇÃO DO PRAZO DECADENCIAL.
O prazo decadencial para a Administração Pública rever
o direito ao recebimento de Gratificação Especial de Localidade – GEL renova-se
continuamente. Dispunha o art. 17 da Lei n. 8.270/1991 que “será
concedida gratificação especial de localidade aos servidores da União, das
autarquias e das fundações públicas federais em exercício em zonas de fronteira
ou em localidades cujas condições de vida o justifiquem, conforme dispuser
regulamento a ser baixado pelo Poder Executivo no prazo de trinta dias”.
Conforme entendimento do STJ, referida gratificação somente é devida aos
servidores que exercem suas funções nas localidades taxativamente enumeradas no
Dec. n. 493/1992. Dessa forma, trata-se de vantagem propter laborem,
devida apenas enquanto subsistentes as circunstâncias elencadas na norma que a
instituiu. Assim, em se tratando de discussão a respeito do pagamento de
gratificação devida pelo exercício de determinada atividade, a relação jurídica
se mostra de trato sucessivo, razão pela qual o prazo decadencial para a
Administração rever o ato renova-se continuamente. Registre-se que, nem mesmo a
Lei n. 9.527/1997, ao extinguir a referida gratificação e transformá-la em
vantagem pessoal nominalmente identificada - VPNI, retirou-lhe a natureza
propter laborem. Precedente citado: RMS 21.894-RS, DJe 10/3/2008.
REsp 1.322.321-PR, Rel. Min. Diva Malerbi (Desembargadora
convocada do TRF da 3ª Região), julgado em 13/11/2012.
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DIREITO ADMINISTRATIVO. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. INDISPONIBILIDADE DE BENS.
A decretação de indisponibilidade de bens em
decorrência da apuração de atos de improbidade administrativa deve observar o
teor do art. 7º, parágrafo único, da Lei n. 8.429/1992, limitando-se a
constrição aos bens necessários ao ressarcimento integral do dano, ainda que
adquiridos anteriormente ao suposto ato de improbidade, ou até mesmo ao início
da vigência da referida lei. Precedentes citados: REsp 1.078.640-ES,
DJe 23/3/2010, e REsp 1.040.254-CE, DJe 2/2/2010. AgRg no REsp 1.191.497-RS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
20/11/2012.
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DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. ACUMULAÇÃO DE DOIS PROVENTOS DE APOSENTADORIA PELO RPPS. RETORNO AO SERVIÇO PÚBLICO ANTERIOR À EC N. 20/1998.
Ressalvadas as hipóteses de acumulação de cargo público
expressamente previstas na CF, não é possível, após a EC n. 20/1998, cumular
mais de uma aposentadoria à conta do regime previdenciário do art. 40 da CF,
ainda que o ingresso no cargo em que se deu a segunda aposentadoria tenha
ocorrido antes da referida Emenda. O art. 11 da EC n. 20/1998 preservou
a situação dos servidores inativos que reingressaram no serviço público antes de
sua promulgação, de forma a permitir a percepção tanto dos proventos da
aposentadoria como dos vencimentos do novo cargo público. Entretanto, o servidor
nessa situação, a partir do momento em que se aposenta novamente, não pode
acumular as duas aposentadorias, por expressa vedação constitucional, não
havendo que se falar em violação a ato jurídico perfeito nem a direito
adquirido. Precedentes citados do STF: AgRg no MS 28.711-DF, DJ 21/9/2012, e RE
584.388-SC, DJ 27/9/2011; e do STJ: AgRg no RMS 15.686-PR, DJe 18/4/2012, e RMS
13.835-PR, DJe 12/5/2008. RMS 32.756-PE, Rel. Min. Castro Meira, julgado em
27/11/2012.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL. JUÍZO DE RETRATAÇÃO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO SOBRESTADO NA ORIGEM. EXIGÊNCIA DE PRÉVIO EXAME DE ADMISSIBILIDADE.
O juízo de retratação em recurso extraordinário
sobrestado na origem para aguardar o julgamento do representativo da
controvérsia, previsto no art. 543-B, § 3º, do CPC, está condicionado ao prévio
exame de admissibilidade recursal. Por mais que o objetivo da
repercussão geral seja consolidar o exame da matéria num único julgamento
considerando todas as premissas relacionadas ao tema e, além disso, que se
defenda a objetivação do controle difuso, com a extensão dos efeitos do
julgamento do recurso extraordinário para além dos litigantes, mesmo as ações
objetivas, guardadas as devidas adaptações, sujeitam-se às condições da ação e
aos pressupostos processuais e, pois, qualquer recurso, inclusive aqueles
sobrestados na origem, devem se sujeitar ao juízo de admissibilidade. Em
verdade, se a pretensão do recorrente estiver maculada no plano da existência ou
da validade, o órgão responsável pelo julgamento não poderá apreciar o conteúdo
da postulação. A leitura atenta do artigo 328-A do RISTF permite verificar que
tal dispositivo impõe a emissão do juízo de admissibilidade pelo Tribunal de
origem sobre o recurso extraordinário sobrestado, assim que o STF decida o
mérito do recurso representativo da controvérsia. Dessa forma, o tribunal de
origem não emitirá exame de admissibilidade sobre os recursos extraordinários
interpostos até o julgamento do mérito do leading case, mas, uma vez
julgado o recurso representativo da controvérsia, deverá proceder a essa
análise, que, aliás, precede o julgamento de qualquer apelo em qualquer
instância, por força de expressa previsão legal – art. 542, §1°, do CPC. Deve
ser aplicado o mesmo entendimento adotado pelo STJ de ser inaplicável o regime
disposto no art. 543-C do CPC, estabelecido pela Lei n. 11.672/2008, aos
recursos especiais que não preencham os requisitos de admissibilidade.
AgRg no AgRg nos EDcl no AgRg no Ag 1.230.236-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
6/11/2012.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. CITAÇÃO POSTAL. IPTU. PRESCRIÇÃO. INTERRUPÇÃO.
A citação encaminhada ao endereço do imóvel para
cobrança de crédito relativo ao IPTU é considerada válida e atende a finalidade
de interromper a prescrição do crédito tributário, na redação anterior à LC n.
118/2005. Precedentes citados: REsp 1.168.621-RS, DJe 26/4/2012, e AgRg
no Ag 1.140.052-RJ, DJe 2/3/2010. REsp 1.276.120-RJ, Rel. Min. Diva Malerbi (Desembargadora
convocada do TRF da 3ª Região), julgado em 13/11/2012.
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DIREITO TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA INCIDENTE SOBRE VALORES RECEBIDOS EM EXECUÇÃO JUDICIAL.
É devida a retenção na fonte da contribuição do Plano
de Seguridade do Servidor Público – PSS, incidente sobre valores pagos em
cumprimento de decisão judicial, independentemente de condenação ou de prévia
autorização no título executivo. Isso porque o desconto na fonte,
realizada nos termos do art. 16-A da Lei n. 10.887/2004, constitui obrigação
ex lege. Precedentes citados: REsp 1.196.777-RS, DJe 4/11/2010, e REsp
1.196.778-RS, DJe 4/11/2010. EDcl no AgRg no REsp 1.266.616-RS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
20/11/2012.
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DIREITO TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA RETIDA NA FONTE.
A determinação de retenção na fonte da contribuição
previdenciária, na forma e pelo modo estabelecido no art. 16-A da Lei n.
10.887/2004, nada mais representa do que uma providência de arrecadação do
tributo, não traduzindo juízo de certeza quanto à legitimidade ou não da exação
tributária ou do respectivo valor. Com isso, o contribuinte não fica
inibido de promover, contra a entidade credora, ação própria de repetição de
indébito ou outra que for adequada para, se for o caso, obter a devida tutela
jurisdicional a respeito. Precedente citado: EDcl no REsp 1.196.778-RS, DJe
7/6/2011. EDcl no AgRg no REsp 1.266.616-RS, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
20/11/2012.
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Terceira Turma |
DIREITO CIVIL. CLÁUSULA DE CONTRATO BANCÁRIO. PESQUISA, DIVULGAÇÃO E INFORMAÇÃO AO CRC.
A cláusula contratual que dispõe sobre a autorização
para consultar, pesquisar e divulgar informações à Central de Risco de Crédito
do Banco Central do Brasil – CRC pela instituição financeira não viola o direito
à intimidade e ao sigilo bancário. A Res. n. 2.724/2000-Bacen, que
substituiu a Res. n. 2.390/1997-Bacen, regulamentou fornecimento de informações
ao CRC, dispondo que as instituições financeiras nela discriminadas devem
prestar informações acerca dos débitos e responsabilidades por garantias de
clientes. Inicialmente, cabe registrar que o CRC não constitui um serviço
restritivo ou negativo. As informações nele constantes referem-se às operações e
aos títulos de crédito no âmbito do Sistema Financeiro Nacional, bem como às
respectivas garantias contratadas, tanto por pessoas físicas quanto jurídicas
perante às instituições financeiras. Seu desiderato é a monitoração de todos os
bancos e instituições congêneres com vistas à manutenção da estabilidade do
sistema bancário e, por conseguinte, do próprio sistema de crédito mediante a
proteção dos recursos depositados pelos cidadãos nas referidas instituições. A
mencionada resolução também determinou que o acesso às informações do CRC só é
possível mediante autorização do cliente pesquisado. Assim, por estar redigida
de acordo com a legislação vigente, a cláusula contratual em questão não importa
numa fragilização da proteção dada ao consumidor de serviços bancários. As
informações a serem divulgadas, pesquisadas e consultadas, segundo a cláusula,
são consolidadas, ou seja, são informações seguras e precisas. Ademais, as
instituições financeiras são responsáveis pelos danos causados pelo lançamento
incorreto ou indevido que venha a causar prejuízo ao consumidor. Precedentes
citados: REsp 786.239-SP, DJe 13/5/2009, e REsp 994.253-RS, DJe 24/11/2008.
REsp 1.346.050-SP, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em
20/11/2012.
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DIREITO CIVIL. JUROS DE MORA. NÃO INCIDÊNCIA DA SELIC CUMULADA COM CORREÇÃO MONETÁRIA.
A incidência da taxa Selic como juros moratórios exclui
a correção monetária, sob pena de bis in idem, considerando que a
referida taxa já é composta de juros e correção monetária. Precedentes
citados: EDcl nos EDcl nos EDcl nos EREsp 727.842-SP, DJe 23/11/2009; REsp
951.521-MA, DJe 11/5/2011, e REsp 1.139.997-RJ, DJe 23/2/2011. EDcl no
REsp 1.025.298-RS, Rel. originário Min. Massami Uyeda, Rel. para
acórdão Min. Luis Felipe Salomão, julgados em 28/11/2012.
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DIREITO CIVIL. IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA. CONTRIBUIÇÃO CRIADA POR ASSOCIAÇÃO DE MORADORES.
A impenhorabilidade do bem de família, conferida pela
Lei n. 8.009/1990, não pode ser afastada em cobrança de dívida fundada em
contribuições criadas por associações de moradores. As taxas de
manutenção criadas por associações de moradores não são devidas por morador não
associado, pois não podem ser equiparadas, para fins e efeitos de direito, a
despesas condominiais. A possibilidade de cobrança de taxa condominial decorre
de lei, e tem natureza jurídica de dívida propter rem. O fundamento da
cobrança de tal contribuição é, entre outros, a existência de áreas comuns, de
propriedade de todos os condôminos, que obrigatoriamente devem ser mantidas pela
universalidade de proprietários. O direito ao pagamento da taxa devida a
associação de moradores é pessoal, derivado da vedação ao enriquecimento
ilícito, assim não se pode enquadrar a verba no permissivo do art. 3º, IV, da
Lei 8.009/1990, que excepciona a impenhorabilidade do bem de família nas
hipóteses de "cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e
contribuições devidas em função do imóvel familiar". A orientação das hipóteses
descritas nessa norma é claramente a de excepcionar despesas impositivas, como
ocorre nos tributos em geral. Nesse sentido, a despesa condominial, por seu
caráter propter rem, aproxima-se de tal natureza, daí a possibilidade
de seu enquadramento nesse permissivo legal. A taxa associativa, de modo algum
carrega essa natureza. Precedentes citados: EREsp 444.931-SP, DJ 1º/2//2006, e
AgRg no REsp 1.125.837-SP, DJe 5/6/2012. REsp 1.324.107-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
13/11/2012.
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DIREITO DO CONSUMIDOR. CONSUMO INTERMEDIÁRIO. VULNERABILIDADE. FINALISMO APROFUNDADO.
Não ostenta a qualidade de consumidor a pessoa física
ou jurídica que não é destinatária fática ou econômica do bem ou serviço, salvo
se caracterizada a sua vulnerabilidade frente ao fornecedor. A
determinação da qualidade de consumidor deve, em regra, ser feita mediante
aplicação da teoria finalista, que, numa exegese restritiva do art. 2º do CDC,
considera destinatário final tão somente o destinatário fático e econômico do
bem ou serviço, seja ele pessoa física ou jurídica. Dessa forma, fica excluído
da proteção do CDC o consumo intermediário, assim entendido como aquele cujo
produto retorna para as cadeias de produção e distribuição, compondo o custo (e,
portanto, o preço final) de um novo bem ou serviço. Vale dizer, só pode ser
considerado consumidor, para fins de tutela pelo CDC, aquele que exaure a função
econômica do bem ou serviço, excluindo-o de forma definitiva do mercado de
consumo. Todavia, a jurisprudência do STJ, tomando por base o conceito de
consumidor por equiparação previsto no art. 29 do CDC, tem evoluído para uma
aplicação temperada da teoria finalista frente às pessoas jurídicas, num
processo que a doutrina vem denominando “finalismo aprofundado”. Assim, tem se
admitido que, em determinadas hipóteses, a pessoa jurídica adquirente de um
produto ou serviço possa ser equiparada à condição de consumidora, por
apresentar frente ao fornecedor alguma vulnerabilidade, que constitui o
princípio-motor da política nacional das relações de consumo, premissa
expressamente fixada no art. 4º, I, do CDC, que legitima toda a proteção
conferida ao consumidor. A doutrina tradicionalmente aponta a existência de três
modalidades de vulnerabilidade: técnica (ausência de conhecimento específico
acerca do produto ou serviço objeto de consumo), jurídica (falta de conhecimento
jurídico, contábil ou econômico e de seus reflexos na relação de consumo) e
fática (situações em que a insuficiência econômica, física ou até mesmo
psicológica do consumidor o coloca em pé de desigualdade frente ao fornecedor).
Mais recentemente, tem se incluído também a vulnerabilidade informacional (dados
insuficientes sobre o produto ou serviço capazes de influenciar no processo
decisório de compra). Além disso, a casuística poderá apresentar novas formas de
vulnerabilidade aptas a atrair a incidência do CDC à relação de consumo. Numa
relação interempresarial, para além das hipóteses de vulnerabilidade já
consagradas pela doutrina e pela jurisprudência, a relação de dependência de uma
das partes frente à outra pode, conforme o caso, caracterizar uma
vulnerabilidade legitimadora da aplicação do CDC, mitigando os rigores da teoria
finalista e autorizando a equiparação da pessoa jurídica compradora à condição
de consumidora. Precedentes citados: REsp 1.196.951-PI, DJe 9/4/2012, e REsp
1.027.165-ES, DJe 14/6/2011. REsp 1.195.642-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
13/11/2012.
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DIREITO EMPRESARIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. NOVAÇÃO DE DÍVIDA TRABALHISTA ILÍQUIDA.
O crédito trabalhista só estará sujeito à novação
imposta pelo plano de recuperação judicial quando já estiver consolidado ao
tempo da propositura do pedido de recuperação. Conforme art. 59 da Lei
n. 11.101/2005, o plano de recuperação judicial implica novação dos créditos
anteriores ao pedido. De acordo com o art. 6º, § 1º, da referida lei, estão
excluídas da vis atractiva do juízo falimentar e do efeito suspensivo
dos pedidos de falência e recuperação as ações nas quais se demandem quantias
ilíquidas (não consolidadas). O § 2º desse mesmo artigo acrescenta que as ações
de natureza trabalhista serão processadas perante a justiça especializada até a
apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores
pelo valor determinado em sentença. Dessa forma, na sistemática introduzida pela
Lei de Falências, se ao tempo do pedido de recuperação o valor ainda estiver
sendo apurado em ação trabalhista, esta seguirá o seu curso normal e o valor que
nela se apurar será incluído nominalmente no quadro-geral de credores, não
havendo novação. REsp 1.321.288-MT, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em
27/11/2012.
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Quarta Turma |
DIREITO CIVIL. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA POR ENTIDADE FECHADA DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. INADIMPLÊNCIA DA PATROCINADORA. IMPOSSIBILIDADE DE SUPRESSÃO DO PAGAMENTO DO BENEFÍCIO AO ASSISTIDO.
Não é possível a supressão do pagamento de
complementação de aposentadoria de empregado já aposentado, que cumpriu
devidamente as condições pactuadas com a entidade fechada de previdência privada
para a obtenção do benefício, quando o motivo ensejador do corte é a denúncia do
convênio firmado entre a referida entidade e a patrocinadora, em face do
inadimplemento desta. O empregado, ao aderir ao plano de benefícios
oferecido pela entidade de previdência complementar patrocinada por seu
empregador, passa a contribuir para ter direito ao recebimento dos benefícios
quando do preenchimento das condições previstas no regulamento do respectivo
plano. Nesse contexto, pode-se reconhecer a existência de duas relações
jurídicas distintas firmadas pela entidade de previdência complementar: uma com
a instituição patrocinadora do fundo, outra com o empregado. Assim, não pode
este, já na condição de assistido, assumir o ônus de não mais receber os
benefícios de complementação de aposentadoria a que tem direito na relação
jurídica estabelecida com a entidade previdenciária, quando o inadimplemento
ocorreu por parte da ex-empregadora e patrocinadora, que não repassou à referida
entidade as contribuições devidamente pagas pelo empregado e, dessa forma,
descumpriu o acordo firmado no convênio de adesão. Ademais, a entidade de
previdência privada deve constituir reservas para garantir o adimplemento dos
benefícios contratados, conforme dispõe o art. 202, caput, da CF e a LC
n. 109/2001. Há, inclusive, previsão neste diploma legal de, em caso de
insuficiência de recursos para pagamento dos benefícios, ser autorizada a
intervenção ou liquidação extrajudicial da entidade previdenciária com a
finalidade de se resguardar os direitos dos participantes e assistidos.
REsp 1.242.267-ES, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em
4/12/2012.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL PARA JULGAR AÇÃO DE COBRANÇA DE COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA EM FACE DE ENTIDADE FECHADA DE PREVIDÊNCIA PRIVADA.
Compete à Justiça estadual processar e julgar ação que
objetiva a complementação de benefício previdenciário em face de entidade
fechada de previdência privada. A entidade fechada de previdência
privada tem personalidade jurídica de direito privado e é totalmente
desvinculada da União, o que afasta a competência da Justiça Federal para o
julgamento da demanda, conforme o art. 109 da CF. Formada a relação jurídica por
pessoa física e entidade de previdência complementar, a competência para o
julgamento da causa é da Justiça estadual, pois o pedido e a causa de pedir
decorrem do pacto estabelecido com a instituição de previdência privada, o que
denota a natureza civil da contratação. Precedentes citados: AgRg no CC
112.605-ES, DJe 15/2/2011, e AgRg no Ag 1.121.269-SP, DJe 26/8/2010. REsp 1.242.267-ES, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em
4/12/2012.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL. COMPROVAÇÃO DE DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL EM RESP.
Os julgados da justiça especializada não servem à
demonstração de dissídio jurisprudencial para a apreciação em sede de recurso
especial, haja vista que seus órgãos não estão sujeito à jurisdição do
STJ. Precedentes citados: REsp 989.912-RS, DJe 23/10/2012, e REsp
824.667-PR, DJ 11/9/2006. AgRg no REsp 1.344.635-SP, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em
20/11/2012.
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL E EMPRESARIAL. SOCIEDADE AVALIZADA EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL. PROSSEGUIMENTO DE EXECUÇÃO CONTRA AVALISTA.
Não se suspendem as execuções individuais direcionadas
aos avalistas de título cujo devedor principal (avalizado) é sociedade em
recuperação judicial. Dispõe o caput do art. 6º da Lei n.
11.101/2005 que “a decretação da falência ou o deferimento do processamento da
recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e
execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do
sócio solidário”. A suspensão alcança apenas os sócios solidários presentes
naqueles tipos societários em que a responsabilidade pessoal dos consorciados
não é limitada às suas respectivas quotas/ações, como é o caso, por exemplo, da
sociedade em nome coletivo (art. 1.039 do CC) e da sociedade em comandita
simples, no que concerne aos sócios comanditados (art. 1.045 do CC). A razão de
ser da norma que determina a suspensão das ações, ainda que de credores
particulares dos sócios solidários, é simples, pois, na eventualidade de
decretação da falência da sociedade os efeitos da quebra estendem-se àqueles,
conforme dispõe o art. 81 da Lei n. 11.101/2005. Situação diversa, por outro
lado, ocupam os devedores solidários ou coobrigados. Para eles, a disciplina é
exatamente inversa, considerando que o art. 49, § 1º, da Lei n. 11.101/2005
estabelece que “os credores do devedor em recuperação judicial conservam seus
direitos e privilégios contra os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso”.
Nesse sentido, na recente I Jornada de Direito Comercial realizada pelo CJF/STJ
foi aprovado o Enunciado n. 43, segundo o qual "[a] suspensão das ações e
execuções previstas no art. 6º da Lei n. 11.101/2005 não se estende aos
coobrigados do devedor". Precedentes citados: EAg 1.179.654-SP, DJe 13/4/2012, e
REsp 1.095.352-SP, DJe 25/11/2010. REsp 1.269.703-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
13/11/2012.
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Quinta Turma |
DIREITO PROCESSUAL PENAL. REPUBLICAÇÃO DE DECISÃO. REABERTURA DO PRAZO RECURSAL.
O prazo para a interposição de recurso flui a partir da
última publicação da decisão a ser impugnada, de modo que a republicação, mesmo
que desnecessária ou feita por equívoco, acarreta a reabertura do prazo
recursal. Precedentes citados: AgRg no REsp
1.219.132-PR, DJe 12/5/2011, e EREsp 281.590-MG, DJ 1º/8/2006. HC 238.698-SP, Rel. Min. Marilza Maynard
(Desembargadora-convocada do TJ-SE), julgado em 20/11/2012.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL. PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO. CAUSA DE AUMENTO DE PENA.
A causa de aumento de pena não pode ser presumida pelo
julgador, devendo o fato que a configurar estar descrito pormenorizadamente na
denúncia ou queixa. O princípio da correlação entre acusação e
sentença, também chamado de princípio da congruência, representa uma das mais
relevantes garantias do direito de defesa, visto que assegura a não condenação
do acusado por fatos não descritos na peça acusatória. É dizer, o réu sempre
terá a oportunidade de refutar a acusação, exercendo plenamente o contraditório
e a ampla defesa. É certo que, a teor do disposto no art. 383 do CPP, o acusado
se defende dos fatos que lhe são atribuídos na denúncia ou queixa, e não da
capitulação legal, razão pela qual o juiz poderá, sem modificar a descrição
fática, atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que tenha de aplicar pena
mais grave. Contudo, o fato que determina a incidência do preceito secundário da
norma penal deverá estar descrito na peça acusatória, com o objetivo de
viabilizar o contraditório e a ampla defesa. Autorizar a presunção de causa de
aumento de pena, sem qualquer menção na exordial, configura inversão do sistema
de ônus da prova vigente no ordenamento processual, visto que seria imposto à
defesa o dever de provar a inexistência dessa circunstância, e não à acusação o
ônus de demonstrá-la. Precedentes citados: HC 149.139-DF, DJe 2/8/2010; HC
139.759-SP, DJe 1º/9/2011. REsp 1.193.929-RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em
27/11/2012.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL. INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. VÍCIO INSANÁVEL.
Não é válida a interceptação telefônica realizada sem
prévia autorização judicial, ainda que haja posterior consentimento de um dos
interlocutores para ser tratada como escuta telefônica e utilizada como prova em
processo penal. A interceptação telefônica é a captação de conversa
feita por um terceiro, sem o conhecimento dos interlocutores, que depende de
ordem judicial, nos termos do inciso XII do artigo 5º da CF, regulamentado pela
Lei n. 9.296/1996. A ausência de autorização judicial para captação da conversa
macula a validade do material como prova para processo penal. A escuta
telefônica é a captação de conversa feita por um terceiro, com o conhecimento de
apenas um dos interlocutores. A gravação telefônica é feita por um dos
interlocutores do diálogo, sem o consentimento ou a ciência do outro. A escuta e
a gravação telefônicas, por não constituírem interceptação telefônica em sentido
estrito, não estão sujeitas à Lei 9.296/1996, podendo ser utilizadas, a depender
do caso concreto, como prova no processo. O fato de um dos interlocutores dos
diálogos gravados de forma clandestina ter consentido posteriormente com a
divulgação dos seus conteúdos não tem o condão de legitimar o ato, pois no
momento da gravação não tinha ciência do artifício que foi implementado pelo
responsável pela interceptação, não se podendo afirmar, portanto, que, caso
soubesse, manteria tais conversas pelo telefone interceptado. Não existindo
prévia autorização judicial, tampouco configurada a hipótese de gravação de
comunicação telefônica, já que nenhum dos interlocutores tinha ciência de tal
artifício no momento dos diálogos interceptados, se faz imperiosa a declaração
de nulidade da prova, para que não surta efeitos na ação penal. Precedente
citado: EDcl no HC 130.429-CE, DJe 17/5/2010. HC 161.053-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
27/11/2012.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL. IMPEDIMENTO DE MAGISTRADO. PRONUNCIAMENTO ANTERIOR EM OUTRA INSTÂNCIA.
O impedimento previsto no art. 252, III, do CPP,
refere-se à hipótese do magistrado ter funcionado como juiz de outra instância,
de modo que não se enquadra a situação na qual o julgador acumula, no mesmo
juízo, jurisdição cível e criminal. O referido impedimento busca evitar
ofensa ao duplo grau de jurisdição, que ocorreria caso o magistrado sentenciante
participasse de julgamento do mesmo feito em outra instância. Assim, o
impedimento, quando presente, ocorre dentro do mesmo processo, não o
configurando a simples circunstância de o magistrado ter se pronunciado sobre os
mesmos fatos em esferas jurídicas distintas, tal como no caso de decisão em ação
civil pública e, posteriormente, em ação penal. Precedentes citados do STF: HC
73.099-SP, DJ 17/5/1996; do STJ: REsp 1.177.612-SP, DJe 17/10/2011, e HC
131.792-SP, DJe 6/12/2011. REsp 1.288.285-SP, Rel. Min. Campos Marques
(Desembargador-convocado do TJ-PR), julgado em
27/11/2012.
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quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
INFORMATIVO JURISPRUDENCIAL DO STJ Nº. 510
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